Destrinchando o fluxo de trabalho da limpeza técnica — Parte 4: Cálculo do nível de contaminação

Comparação de medições de limpeza padrão

Na quarta parte desta série de seis capítulos do blog, exploraremos a forma como os níveis de contaminação são calculados, incluindo a definição de códigos de limpeza e o teste de limites máximos de aprovação. É aqui que o cálculo do nível de contaminação se insere no processo de inspeção de limpeza técnica global:

• Preparação
  • Extração
  • Filtragem
  • Secagem e pesagem
• Inspeção
  • Aquisição de imagens
  • Detecção de partículas
  • Medição e classificação do tamanho das partículas
  • Extrapolação e normalização da contagem de partículas
  • Cálculo do nível de contaminação
  • Definição de código de limpeza
  • Verificação de limites máximos de aprovação
  • Separação de partículas reflexivas e não reflexivas
  • Identificação de fibras
  • Revisão dos resultados
  • Relatórios

Calcular o nível de contaminação

Para a maioria dos padrões de limpeza, é exibido um número abstrato em vez do número real das partículas medidas (ou extrapoladas). Em seguida, o nível de contaminação é verificado para cada classe de tamanho de partícula. Este é o segundo nível de classificação, mas, desta vez, as partículas não são classificadas em função de seus tamanhos. Em vez disso, as classes são definidas em função do número de partículas na classe. Esses níveis de contaminação permitem a comparação simples e rápida de várias medições de limpeza, mesmo que seja, por vezes, uma simplificação excessiva.

Os níveis de contaminação típicos são definidos na norma ISO 16232:

• Nível 00: Nenhuma partícula por área de superfície de 1.000 cm²
• Nível 0: Menos de 1 partícula por área de superfície de 1.000 cm²
• Nível 1: Mais de 1, mas menos de 2 partículas por área de superfície de 1.000 cm²
• Nível 12: Mais de 2.000, mas menos de 4.000 partículas por área de superfície de 1.000 cm²

Essas classes de contaminação estão definidas para a maioria das normas internacionais. É possível definir até 26 níveis diferentes, os quais serão medidos para cada classe de tamanho de partícula. Esses níveis de contaminação são normalmente semelhantes para cada classe de tamanho (ex., para ISO 16232) (Fig. 1), mas podem ser definidos de forma diferente para cada classe (ex., para SAE AS4059).

Figura 1: Exemplo de níveis de contaminação para ISO 16232 (A). Os níveis de contaminação são exibidos em vermelho.

Definição de código de limpeza

Algumas normas reduzem a representação dos dados do produto medido para apenas uma breve descrição. Esse código de limpeza depende da norma e é composto das classes de tamanho e dos níveis de contaminação das partículas encontradas. Segue abaixo (Fig. 2) um exemplo de código de limpeza para ISO 16232 (A), o qual inclui as seguintes etapas:

• Etapa 1: Detectar e medir partículas
• Etapa 2: Normalizar e classificar partículas
• Etapa 3: Verificar nível de contaminação

Observe que este formato de código de limpeza serve apenas para a norma ISO 16232. Outras normas definem um código de limpeza diferente. O primeiro “A” indica a normalização para a área de superfície de amostra de 1.000 cm². Classes vizinhas com o mesmo nível de contaminação podem ser combinadas.

Figura 2: Exemplo de um código de limpeza para ISO 16232 (A). O código de limpeza de componente (CCC) resultante para este exemplo é A (B12/C10/DE8/F3/G2/HIJ00).

Verificação de limites máximos de aprovação

A finalidade real da inspeção de limpeza é medir a contaminação e descrever os resultados em função da norma selecionada. A aprovação e verificação de um valor máximo é somente uma opção e nem sempre faz parte do processo de inspeção de limpeza.

O limite máximo é especificado na configuração da inspeção. Ele pode ser o número absoluto de partículas ou um código de limite máximo de limpeza. Esse valor é verificado durante o exame da membrana de filtro e é instantaneamente indicado quando o valor máximo permitido é excedido. O operador tem a liberdade de interromper completamente o processo de medição e investigar a origem da contaminação.

O seguinte exemplo (Fig. 3), criado com o software de inspeção de limpeza técnica OLYMPUS CIX, mostra o teste de limite máximo de aprovação enquanto a membrana de filtro é analisada.

Figura 3: A imagem da esquerda mostra o estado da amostra após 2 minutos de tempo de análise, enquanto todos os resultados ainda estão OK. A imagem da direita mostra o resultado da análise 2 minutos mais tarde. Existem agora muitas partículas das classes de tamanho B, H e I. Por este motivo, a aprovação global é “NOK”.

Segue-se a separação de partículas metálicas e não metálicas e a identificação de fibras. Consulte a parte cinco, “Identificação de partículas reflexivas/não reflexivas e fibras”, da série “Destrinchando o fluxo de trabalho da limpeza técnica” no nosso blog.

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