O registro de perfuração é a gravação detalhada (ou o registro de poço) das condições geológicas encontradas em um furo de sondagem, estudando os cortes da rocha levados até a superfície durante as operações de perfuração. O registro de poço é usado para informar os processos de perfuração e construção de poços em projetos de exploração de petróleo e gás, exploração mineral e outros projetos de prospecção. A análise é realizada diretamente no local para o ajuste da direção de perfuração em tempo real ou após a perfuração do poço e o transporte dos testemunhos para o laboratório.
Para uma análise eficiente no local, muitos técnicos de registro de perfuração recorrem a analisadores portáteis que usam o método de difração de raios X (conhecido pela sigla XRD, do inglês X-ray diffraction), também chamados de difratômetros. Recentemente, conversamos com um especialista em registro de perfuração cuja empresa usa nosso analisador de mesa por XRD BTX™ III durante seus processos de testagem.
O analisador por XRD BTX III é leve e compacto.
P. Conte um pouco sobre sua organização e sobre sua função no processo de registro de perfuração.
R. Fornecemos serviços na área de pesquisa geológica e tecnológica, além de realizarmos diversos serviços relacionados. Sou o chefe do departamento de interpretação e controle. A principal tarefa do nosso departamento é processar as informações recebidas do poço e preparar um relatório final com nossas conclusões para os clientes. Ocasionalmente, também treino funcionários.
P. Qual tipo de equipamento de medição você usa em seu trabalho de registro de perfuração?
R. Temos uma grande variedade de equipamentos, de sensores tecnológicos instalados diretamente em plataformas a cromatógrafos a gás e equipamento laboratorial, usados na determinação da densidade e porosidade dos cortes de amostras de carbonato e dos testemunhos. Recentemente, adquirimos equipamento para análises de XRD, fluorescência de raios X (X-ray fluorescence, XRF) e carbono orgânico total (Total organic carbon, TOC).
P. O que levou à compra de um instrumento de XRD para a realização das análises no local?
R. Inicialmente, precisávamos de um instrumento portátil de XRD para um projeto específico, pois era um requisito das especificações técnicas.
P. Antes da aquisição do analisador por XRD BTX III, vocês usaram serviços terceirizados para a obtenção de análises semelhantes?
R. Nossos clientes transferiam as amostras de cortes e testemunhos preparadas por nossa empresa para um laboratório distinto, que ficava responsável por esses tipos de análise. Mas o problema estava no grande atraso entre a amostragem e a obtenção dos resultados da análise. Esse processo podia levar semanas.
P. Qual o nível de treinamento necessário para operar o analisador BTX III?
R. O analisador Olympus BTX III mostrou ser fácil de usar. Quando ensino como trabalhar com o analisador, só preciso mostrar o processo de trabalho uma vez. Depois de aproximadamente 10 testes, o funcionário pode operá-lo sozinho. Talvez haja algum desafio na hora de aprender a usar e trabalhar com o software dedicado para a interpretação de dados de XRD, mas isso não se aplica ao equipamento. Eu aprendi rapidamente graças aos funcionários da Olympus, que me ajudaram quando eu estava começando.
P. Quais os principais benefícios trazidos pelo uso de um difratômetro de raios X para o registro de perfuração?
R. Com esse equipamento, é possível obter uma avaliação de um segmento que não é a simples opinião de um geologista que determina visualmente o tipo de rocha que está diante dele e praticamente não avalia os minerais contidos nela. A abordagem de análise visual é pouco confiável, pois a qualidade depende da experiência, do conhecimento e das habilidades dessa pessoa. A análise de uma amostra em um difratômetro é amplamente desprovida do fator humano, mantendo a qualidade dos resultados sempre no mesmo nível, independentemente da pessoa que faz a análise. Esse processo também fornece uma maior variedade de informações, permitindo que você tire melhores conclusões enquanto faz a perfuração e com o mínimo de atraso.
P. Você poderia dar um exemplo de alguma vez em que o uso de um difratômetro melhorou a eficiência e a exatidão da sua avaliação?
R. Em um projeto, fazíamos uma pesquisa na qual amostras de rochas obtidas de vários elementos eram visualmente indistinguíveis umas das outras. Elas tinham a composição muito parecida e, devido a uma grande quantidade de matéria orgânica, tinham uma diferença muito sutil da cor. Isso impedia a dissecação litológica da seção, que envolve a determinação do ponto de transição de um elemento para o outro. Embora as rochas tivessem uma aparência muito semelhante, os resultados de difratometria apontaram claramente a mudança na composição das rochas, permitindo a identificação dos pontos de transição.
Minerais vs. profundidade
Exemplo de padrão de XRD para registro de perfuração. Cada linha é um difratograma de um mineral oriundo de uma determinada profundidade, facilitando a visualização dos picos no padrão de XRD e outras alterações.
P. Em média, quantos cortes ou testemunhos você obtém para o registro de perfuração?
R. Depende da necessidade do cliente. Basicamente, são 400 amostras se estivermos estudando com etapas (ou intervalos) de 4 m e 800 amostras se estivermos fazendo a amostragem em etapas de 2 m.
P. A presença de um difratômetro no local representa uma vantagem competitiva?
R. Agora, vários colegas estão adquirindo ou já adquiriram difratômetros. Talvez, estejamos vendo uma tendência, e os clientes tenham entendido que o modo antigo e complexo de pesquisa, que às vezes entrega resultados de baixa qualidade, precisa de aprimoramento e acompanhar os avanços modernos de equipamentos portáteis.
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